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Contos-de-Fadas!

André Mateus joga desde 2003 e teve a oportunidade de combinar a paixão de fazer decks com a paixão de escrever. Os seus decks e a sua escrita chamaram a atenção de sites como o da Wizards, Starcitygames. com e Mana Deprived. Agora podem ler mais sobre ele aqui em Mana Ramp e ver as suas rubricas mensais como Modern Masters e Um Pequeno T2.

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No meu último artigo, sobre os Bans e Unbans em Modern (link aqui), explorei com algum detalhe o regresso de Bitterblossom ao formato e como o encantamento iria ressuscitar o arquétipo de Fadas. Nesse mesmo artigo, listei as cartas que considero must-haves nas nossas 75, o núcleo do deck, que recordo aqui:

 

4 Mutavault

4 Bitterblossom

4 Spellstutter Sprite

4 Cryptic Command

4-8 Fadas entre Vendilion Clique, Mistbind Clique, Scion of Oona e Sower of Temptation

4-6 Discard Spells

4-6 Removal Spells

2-4 Counterspells

 

E também a minha lista inicial:

 

4 Creeping Tar Pit

4 Darkslick Shores

4 Mutavault

2 Tectonic Edge

4 Secluded Glen

2 Sunken Ruins

4 Island

1 Swamp

 

4 Spellstutter Sprite

3 Vendilion Clique

3 Mistbind Clique

1 Sower of Temptation

 

3 Inquisition of Kozilek

1 Thoughtseize

3 Spell Snare

4 Smother

2 Dismember

4 Bitterblossom

3 Mana Leak

4 Cryptic Command

 

SB:

4 Deathmark

2 Thoughtseize

3 Vampire Nighthawk

2 Negate

2 Relic of Progenitus

2 Hurkyl's Recall

 

Justifiquei as escolhas com as minhas preferências pessoas e a minha perceção do metagame futuro, mas fui imediatamente criticado por não colocar Scion of Oona nas 75. Scion of Oona não foi incluída devido à categoria de preferências pessoais. Nunca gostei muito da carta de Lorwyn, sempre me pareceu uma win-more card e que te força a imensa disciplina para não a jogares no momento errado. A simples presença da fada força-te a ser mais aggro em posições que, se adoptássemos uma postura mais controladora, teríamos mais opções no futuro, e não permite pequenos "locks" com o Cryptic Command ao anularmos um spell e devolvermos uma das nossas outras fadas para a mão. É muito boa naquilo que faz, mas o que faz é muito limitado, ao contrário de Spellstutter Sprite, Vendilion Clique e Mistbind Clique que, jogadas em diferentes momentos e contextos, têm as mais variadas aplicações.

 

Todavia, muitos dos matchups de Fadas em Modern acabam por não ser mais que uma corrida, e Scion ajuda nesse aspecto. O facto de Scion proteger Bitterblossom de respostas como Abrupt Decay é algo que também acrescenta valor à fada e, se o mirror de Fadas se tornar um matchup frequente, não quero estar do lado muito menos vantajoso do jogador que não tem Scion no deck, uma vez que é, provavelmente, a terceira carta mais importante no mirror, a seguir a Bitterblossom e a Thoughtseize/Inquisition para tirar a Bitterblossom da mão do oponente.

 

Com estes novos fatores em mente, evoluí a lista inicial para:

 

4 Creeping Tar Pit

4 Darkslick Shores

4 Mutavault

2 Tectonic Edge

4 Secluded Glen

2 Sunken Ruins

4 Island

1 Swamp

 

4 Spellstutter Sprite

3 Vendilion Clique

3 Scion of Oona

3 Mistbind Clique

 

3 Inquisition of Kozilek

1 Thoughtseize

3 Spell Snare

4 Smother

4 Bitterblossom

3 Mana Leak

4 Cryptic Command

 

SB:

4 Deathmark

2 Thoughtseize

2 Steel Sabotage

2 Grafdigger's Cage

3 Vampire Nighthawk

2 Countersquall

 

Com a inclusão de Scion, o deck fica com demasiadas three-drops e os Dismembers foram o corte mais lógico. Sower também não é a powerhouse que já foi, uma vez que o formato acelerou e combo ou control podem dar-se ao luxo de, praticamente, a ignorarem. Scion protege-a, agora, mas não chega.

 

No sideboard, troquei Negate por Countersqual porque os dois de vida que tira ao oponente tornam-se bem mais relevantes quando apostamos nesta vertente mais agressiva com Scions. Substituí Relic of Progenitus por Graffdigger's Cage pois, apesar desta ser mais fraca contra decks como Living End e não lidar com criaturas como Tarmogoyf e Knight of the Reliquary, continua a ser óptima contra as estratégias dependentes do graveyard e ainda tem o benefício de inutilizar Birthing Pod e cartas como Kitchen Finks e Strangleroot Geis, que podem dar algumas dores de cabeça ao deck. Steel Sabotage por Hurkyl's Recall foi apenas por uma questão de versatilidade. Perde-se muito no matchup de Affinity, mas ganha-se uma carta versátil e barata que pode entrar contra as mais diversas estratégias de UrzaTron e Tezzeret. É totalmente diferente ter Steel Sabatoge para Oblivion Stone do que ter Hurkyl's Recall.

 

Fiz alguns jogos e também um vídeo com esta lista, onde defrontei o Gonçalo Sequeira, de Zoo. Poderão vê-lo brevemente. Os resultados não foram maus...não desgostei do plano nem da maior parte das escolhas mas, o que foi rapidamente perceptivel pelos meus constantes mulligans, algo estava profundamente errado na manabase. Rejeitei uma manabase centrada em fetch lands e Watery Grave logo à partida pois, com Bitterblossom e Thougthseize nas 75, o lifeloss destas é um custo demasiado elevado a pagar, mas abdicar destas cartas e o meu desejo de correr algumas cópias de Tectonic Edge, ao lado dos, essenciais, 4 Mutavaults, deixou-me com 6 terrenos que somente produzem mana incolor, mais 2 Sunken Ruins que precisam dum terreno colorido para produzirem as mais diversas combinações de UB. Eram demasiados os color requirements, desde Cryptic Command a Countersquall, aos quais eu não conseguia responder! Isto sem falar nas 4 Creeping Tar Pit que, ao entrarem sempre viradas, deixam 9 formas apenas de fazer um Thoughtseize ou Inquisition ao primeiro turno! A manabase precisava uma remodelação completa e o resultado foi este:

 

3 Creeping Tar Pit

4 Darkslick Shores

4 River of Tears

4 Mutavault

4 Secluded Glen

2 Sunken Ruins

3 Island

1 Swamp

 

4 Spellstutter Sprite

3 Vendilion Clique

3 Scion of Oona

3 Mistbind Clique

 

3 Inquisition of Kozilek

1 Thoughtseize

3 Spell Snare

4 Smother

4 Bitterblossom

3 Mana Leak

4 Cryptic Command

 

SB:

4 Deathmark

2 Thoughtseize

2 Steel Sabotage

2 Graffdigger's Cage

3 Vampire Nighthawk

2 Countersquall

 

Com o playset de River of Tears em vez da quarta Creeping Tar Pit e de Tectonic Edge, passo a ter mais fontes coloridas, menos um terreno a entrar virado, obrigatoriamente, e 13 formas de jogar um discard spell ao primeiro turno. Perder a Tectonic Edge em favor duma manabase mais estável pode ser um duro rombo em alguns matchups, nomeadamente UrzaTron e Scapeshift, mas o primeiro deve perder alguma da sua popularidade agora que Pyroclasm não lida com o principal deck aggro do ambiente, Zoo, e Scapeshift foi sempre, tradicionalmente, um bom matchup para Fadas.

 

Posto isto, chegara a altura de testar a lista num torneio! A Gárgula em Odivelas, numa ironia do destino, organizava um Modern em que Bitterblossom era primeiro prémio...nada poderia ser mais apropriado!

 

Ronda 1: Melira Pod - Win, 2-0

Ronda 2: Zoo - Loss, 0-2

Ronda 3: BW Tokens - Win, 2-0

Ronda 4: Jund - Win, 2-0

Ronda 5: Kiki-Pod - Draw

 

Quartos-de-final: MonoGreen Devotion - Win, 2-1

Meias-finais: Twin - Loss, 1-2

 

Melira Pod foi um matchup mais fácil do que eu esperava.Grafdigger's Cage faz muito, muito trabalho e os Abrupt Decays já têm Bitterblossom como o seu alvo principal, pelo que é bastante frequente que o artefacto sobreviva e nos dê o jogo.

 

SB: -3 Scion of Oona, -3 Mana Leak, -2 Inquisition of Kozilek, +4 Deathmark, +2 Graffdiggers Cage, +2 Thoughtseize;

 

Zoo continua a ser um matchup difícil, não impossível, mas muito complicado. Ghor-Clan Rampager é uma nova arma a que Zoo tem acesso e que é muito difícil de correr contra. Mantive uma mão arriscada no segundo jogo, com Ilha, Mutavault, Spell Snare, Deathmark, Deathmark, Vampire Nighthawk e Smother, mas não comprei uma fonte preta a tempo de dar a volta à mesa. Tomaria a mesma decisão em circunstâncias semelhantes, pois falta apenas um ingrediente para esta mão ser o melhor que podemos alguma vez esperar, e é um dos ingrediente que mais abunda nas 60. Além disso, não me parece razoável mandar para trás uma mão que contenha 2 Deathmarks contra Zoo, viste ser a melhor carta no matchup.

 

SB: -3 Scion of Oona, -1 Thoughtseize, -3 Mana Leak, +4 Deathmark, +2 Vampire Nighthawk;

 

BW Tokens tem a particularidade dos seus anthems não afetarem todo o deck, mas sim só uma parte. Honor of the Pure não tem efeito nos tokens da Bitterblossom e Intangible Virtue não tem efeito nos Tidehollow Scullers e Auriok Champions, ao contrário das minhas Scion of Oona, que, ao lado de Cryptic Command, me deram os dois jogos.

 

SB: 3 Vendilion Clique, +3 Vampire Nighthawk;

 

Jund é mais lento e mais vulnerável a counterspells que Zoo e Bitterblossom inutiliza Liliana of the Veil, pelo que o matchup até me parece ligeiramente favorável, dependendo da versão e hate do lado de Jund. SB: -3 Mana Leak, -1 Thoughtseize, -1 Spellstutter Sprite, +3 Vampire Nighthawk, +2 Deathmark;

 

MonoGreen Devotion não parece conseguir lutar eficazmente contra o discard, counters e removal spells de Fadas, a menos que consiga atingir uma massa crítica de criaturas até ao quarto, quinto turno. O plano de Genesis Wave não é muito bom no matchup, mas múltiplos Burning-Tree Emissaries e Strangleroot Geists podem chegar lá!

 

SB: -3 Scion of Oona, -1 Spellstutter Sprite, -4 Smother, +2 Grafddiger's Cage, +2 Thoughtseize, +4 Deathmark;

 

Twin pareceu-me difícil, principalmente esta versão com Grim Lavamancers e Electrolyzes, mas ganhável. Infelizmente, nesta ronda, não escolhi as melhores linhas de jogo na última fase da partida e fui castigado com um Splinter Twin do topo.

 

SB: -3 Scion of Oona, -1 Spellstutter Sprite, +2 Countersquall, +2 Thoughtseize

 

A lista portou-se bastante bem. A manabase, no geral, não falhou, e as Scion fizeram o papel delas, embora as tenha tirado para fora em muitos matchups e a minha Bitterblossom só tenha sido destruída uma única vez. O split de 3 Inquisition-1 Thoughtseize continua a parecer-me o mais correcto, mas Smother talvez não seja a melhor escolha de removal neste momento. Num formato relativamente novo e em que Wild Nacatl regressa, Smother é a escolha mais segura, mas agora que Modern começa a evoluír, é altura de arriscarmas um pouco mais. Go for the Throat é um dos removal spells mais versáteis, sendo apenas verdadeiramente mau contra Affinity, mas, ao contrário de Smother, lida com o combo de Kiki-Jiki, Mirror Breaker e Restoration Angel, bem como Mistbind Clique no mirror. Tem também o bónus de não poder ser redireccionado para Spellskite contra Twin, dado que esta é um alvo ilegal. Splashar uma terceira cor de forma a ter Lightning Bolt ou Path to Exile, um removal spell barato que posso trocar com Wild Nacatl ao primeiro turno, não me parece o mais correcto. Iríamos ter ainda mais terrenos a entrar virados e uma manabase com a necessidade de fetch e dual lands, tornando cartas como Bitterblossom e Thoughtseize menos apetecíveis. Para recuperarmos a edge que perdemos contra Affinity e as múltiplas cópias das suas ameças, temos Bile Blight, uma sugestão do AJ Sacher, que também ajuda imenso contra as várias one-drops no custoso matchup de Zoo e contra Lingering Souls. Até contra Twin, embora não resolva Deceiver Exarch, lida com Pestermite e sempre nos compra um turno contra o combo, dando -2 de poder a cada criatura que nos ataca.

 

Vampire Nighthwak entrou, mas nada fez, embora eu acredite ainda que merece o seu lugar, uma vez que é algo a considerar no mirror e a melhor carta contra os piores matchups de Fadas, os decks ainda mais agressivos que Zoo, RG e Burn. Damnation seria uma consideração nesta slot, mas estes matchups são agora uma corrida e penso que trocar um-por-um, obtendo alguma card advantage de Bile Blight e Cryptic Command é um plano mais favorável. Isto para não mencionar que algumas cópias de Boros Charm circulam entre o maindeck e sideboard de Zoo, o que poderia provocar um blowout capaz de nos perder aí o jogo. Steel Sabotage nunca saiu das 15, mas isso deve-se a nunca ter apanhado os decks visados para a entrada da carta.

 

Fadas não contou com uma grande presença neste último Pro Tour, em Valência, mas esse facto deve-se mais ao receio de hate especilamente direccionado para o deck, bem como o receio de enfrentar Zoo e Melira Pod, dois matchups que, alem de não serem nada fáceis, foram dos decks mais jogados este fim-de-semana. Algumas "inovações" nas poucas listas que apareceram foram Liliana of the Veil, Jace Beleren, Sword of Feast and Famine, Snapcaster Mage e Engineered Explosives. OS planeswalkers não me seduzem muito...tanto Liliana e Jace parecem brilhar nos matchups em que Fadas tem já alguma vantagem e ser horríveis naqueles em que o deck tem uma desvantagem considerável. Sword of Feast and Famine também sofre um pouco deste síndrome, mas permite-nos acelerar a corrida enquanto deixamos counterspell up. O "Chan" é um "nombo" com Grafdigger's Cage no sideboard, mas a possibilidade de Deathmark, Snapcaster + Deathmark e ter ainda um atacante ou bloqueador na mesa é algo que torna os nossos maus matchups...bem melhores! Também adiciona mais valor aos discard spells e à escolha de Steel Sabotage em vez de Hurkyl's Recall. Engineered Explosives é outra forma barata de obter card advantage contra os decks mais agressivos, os nossos piores matchups. A espada é algo a considerar e estas duas últimas cartas, algo a experimentar!

 

Esta seria a minha lista para um próximo torneio:

 

3 Creeping Tar Pit

4 Darkslick Shores

4 River of Tears

4 Mutavault

4 Secluded Glen

2 Sunken Ruins

3 Island

1 Swamp

 

4 Spellstutter Sprite

3 Vendilion Clique

3 Snapcaster Mage

3 Mistbind Clique

 

3 Inquisition of Kozilek

1 Thoughtseize

3 Spell Snare

2 Go for the Throat

2 Bile Blight

4 Bitterblossom

3 Mana Leak

4 Cryptic Command

 

SB:

4 Deathmark

2 Thoughtseize

2 Steel Sabotage

2 Graffdigger's Cage

1 Engineered Explosives

2 Vampire Nighthawk

2 Countersquall

 

Como sempre, obrigado por lerem!

 

André Mateus

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