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O primeiro contacto que tive com o jogo Magic the Gathering foi algures pela década de noventa, estava num meeting nacional de VW carochas e observei durante uns minutos a batalha entre dois amigos meus, na qual umas cartas ilustradas eram as suas “armas”. Durante aquele breve momento não percebi nada do jogo e não me interessei.

 

Em 2001, um grande amigo apresentou-me o Magic com as regras ao lado. Teve paciência e explicou-me as fases, prioridades e uma boa lista de termos específicos. Durante um par de anos o Magic era um simples jogo de cartas ilustradas, feito e jogado para divertir. Desconhecia ainda a existência de metagame, Nacional, Pro Tour, Worlds, Hall of Fame...

 

Os anos foram passando e edições saíram, novas cartas entravam em casa, conheci os Pre-Releases, os Grand Prix, o Nacional, os Pro Tour Qualifier. O modem 56k foi substituído por TV Cabo e comecei a ver live streams, sites dedicados ao jogo, artigos, conheci o netdecking…

 

A informação sempre foi fundamental para o desenvolvimento humano. A sua difusão e acesso permite, dependendo da sua utilização, adquirir mais conhecimento, instrumentos, métodos… No fundo, aspectos que no seu conjunto podem levar à adopção de uma estratégia melhor para atingir determinado(s) objectivo(s).

 

Quanto ao Magic, temos ao nosso dispor um vasto número de sites carregados de informação útil para desenvolvermos as nossas capacidades e rendimento no jogo. Foi assim que conheci o metagame e a sua utilidade – expectativa próxima da realidade do número de baralhos (aka archtype) contra os quais teremos maior probabilidade de defrontar num determinado torneio, possibilitando a escolha mais acertada do próprio baralho (deck) a jogar ou na carta X ou Y do Sideboard.Este artigo tem como principal objectivo expor o metagame actual, breve análise na tentativa de ajudar na preparação para o próximo Pro Tour Qualifier em Portugal. O formato será Standard.

 

Pro Tour Theros

 

Este evento foi marcante para o arranque do novo formato de Standard. Foi o adeus ao Thragtusk e Restoration Angel e uma nota calorosa de boas vindas a Thassa, Godo f the Sea pela Revolution Team.

 

Guillaume Wafo-Tapa voltou à ribalta (se é que alguma vez a deixou…) “a bordo” de um deck de controlo, a sua imagem de marca, desta vez era a evolução do antigo para o presente Standard de Esper Control. Depressa os Devotion Decks foram ganhando estofo e tornaram-se regulares no MTGO. Talvez com base no deck pilotado por Kentarou Yamamoto, o Mono Black Devotion ganhou o seu espaço partilhando os melhores resultados a par do Mono Blue Devotion, adicionando à lista Nightveil Specter.

 

Outros decks mereceram atenção no formato, como Boros Devotion, “Boros Weenie”, Gruul Devotion decks e Orzhov Control. Estava assim lançado o novo Standard, tínhamos elementos para trabalhar e ver os seus resultados nos eventos seguintes de maior relevo na comunidade, os Grand Prix.

 

Neste artigo darei apenas atenção aos últimos 3 GP’s realizados no formato Standard, os quais foram realizados a 22/11-24/11 em Albuquerque, a 29/11-1/12 em Vienna e 6/12-8/12 em Dallas Fort Worth. Foram GP’s que tiveram a participação de jogadores reconhecidos a nível mundial, eventos com uma semana de intervalo entre eles e mesmo num relativo curto espaço de tempo foi possível observar algumas alterações no metagame e em cartas chave para ajudarem a chegar à vitória. Seguidamente apresento o metagame do dia dois de cada GP, no qual garantimos uma amostra de 128 jogadores/decks por GP, e uma pequena análise correspondente:

Dam(n) PTQ - Dados, Análise, Metagame. Next, Pro Tour Qualifier

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Emanuel Pardal tem 27 anos e joga Magic desde 2001 e o bloco de Odisseia. Tem múltiplos top 8's em GPTs e é o rei dos side-events!

No último dia do GP Albuquerque verificou-se a forte presença do deck sensação do Pro Tour, o Mono Blue Devotion (U Dev). O Mono Black Devotion (B Dev) esteve em quantidade representativa muito próxima, assim como Esper (mesmo assim, não chegou ao top 8).

 

No top 8 os decks representados coincidiram com as percentagens do metagame, apenas um deck não era claramente representativo dos dominantes, Naya. O vencedor deste GP foi Mono Black Devotion jogado por Owen Turtenwald.

Legenda: U Dev = Mono Blue Devotion / B Dev = Mono Black Devotion

 

Vencedor - Owen Turtenwald – Mono Black Devotion - Grand Prix Albuquerque

 

No final do GP estava assim confirmado o domínio de dois Devotion decks, Mono Blue e Mono Black, afirmando-se cada vez mais como os front runners do formato. Orzhov Control (deck que no Pro Tour conseguiu um 9º lugar e uma mesa no top 8) parecia estar coberto pela sombra do Mono Black… Como tal, no GP seguinte seria de esperar a continuação destes archtypes e a expectativa de surgir uma surpresa capaz de “abanar” este domínio.

 

No GP Vienna, os Devotion continuaram muito bem representados enquanto Esper concedeu uns significativos lugares a Azorius Control (UW). Talvez por Esper ter dificuldades contra Mono Black Devotion no segundo jogo com sideboard e por Azorius Control gozar de uma base de mana mais consistente e suave que Esper.

 

 

No top 8 Mono Blue Devotion manteve-se bem representado, ao contrário de Mono Black Devotion que neste GP nem nos top16 apareceu. No entanto houve uma variante, um Orzhov Control (BW) mas que abdica de cartas como Gray Merchant of Asphodel e de Nightveil Specter. Desta vez, a vitória voltou para Thassa, God of the Sea.

 

Esper e Azorius Control a fazerem parte do top 8 e ambas as listas a apresentarem novas peças, as quais mostraram-se muito adequadas para ajudar a quebrar outras armas dos decks dominantes – Dimir Charm + Pack Rat (sideboard) no Esper, Last Breath no Azorius Control.

 

De notar ainda o regresso de Selesnya Aggro a “quantidades” significativas nos primeiros 128 jogadores de um GP.

 

Vencedor - Marcin Staciwa – Mono Blue Devotion - Grand Prix Vienna

Finalista – Robin Dollar – Esper - Grand Prix Vienna

 

 

Top 8 – Stanislav Cifka – Azorius Control - Grand Prix Vienna

Será então dia 4 de Janeiro de 2014, organizado pela White Dragon, o Qualifier para o Pro Tour Born of the Gods (Valência, Espanha) para ser jogado no formato Standard.

 

Tendo em conta os dados analisados neste artigo,  parece que Azorius Control está a afundar o Mono Blue e Boros Devotion. Por outro lado, Orzhov Control bate em Mono Black Devotion e é capaz de vencer aos archtypes de controlo.

 

White Weenie continuam capazes de surpreender e dar luta, têm Brave the Elements para “atravessar” devotion e Boros Charm ou a resiliência e disrupção de Orzhov para sobreviverem a controlo.

 

Estará o formato finalmente estabilizado até sair Born of the Gods?

 

Deste o Pro Tour (há cerca de 2 meses) que Standard parece um ciclo. Teremos voltado ao início com o regresso de Orzhov?

 

Haverá um deck capaz de ser tão agressivo como os Devotion, resistente a Supreme Verdict e a Last Breath e capaz de lidar com Nightveil Specter, Master of Waves, Pack Rat e Desecration Demon?

 

Acredito que os Mono Blue Devotion e Mono Black Devotion continuem em bom número mesmo depois dos resultados do último GP, Azorius Control confirmar-se-á no melhor deck de controlo do formato e Orzhov voltou para ficar. Boros Devotion terá dias mais difíceis.

 

Será altura para apostar em Selesnya ou Golgari, mesmo sem as Scry Lands?

 

Selesnya têm criaturas que aguentam um último fôlego, tem mágicas instantâneas que quebram um veredicto. Golgari tem regeneração, disrupção e o melhor removal…

 

Quando escolherem o vosso deck, lembrem-se de estar familiarizados com ele e sintam-se confortáveis com o plano de jogo com e sem sideboard.

 

Qualquer que seja a vossa escolha, desejo-vos boa sorte e divertimento no testing até ao PTQ!

 

Sintam-se livres de comentar, acrescentar pontos de interesse, dúvidas, recomendações, ideias… Obrigado por terem lido o meu primeiro artigo, espero que tenham gostado!

 

Cumprimentos!

 

Nota: Podem também ler este artigo e outros conteúdos em http://hobbitsland.com/

Por último, em Dallas metade do metagame manteve-se praticamente igual aos GP’s anteriores com aparente domínio dos Devotion e Esper. No entanto, Azorius Control parece ter ganho mais popularidade conseguindo igualar-se a Esper no que respeita à representatividade. Selesnya Aggro manteve-se com a mesma percentagem representativa.

 

Quanto ao top 8 esteve cheio de surpresas, a ausência de Mono Blue Devotion (apenas 3 destes no top 16), 3 Azorius Control (UW), o regresso de Orzhov Control (BW) e a novidade de Orzhov Aggro (BW Agg). A carta Last Breath, tinha agora 13 cópias no top 8…

Tendo sido um evento com cerca de 140 jogadores, podemos analisá-lo com o mesmo método que aplicámos aos GP’s (amostra de 128 jogadores).

 

Como podemos verificar, o “nosso” metagame pouco difere do representado nos GP’s. A diferença mais significativa está na presença de Boros Devotion.

 

Ainda assim, estes números poderiam ser diferentes se este evento também tivesse um primeiro dia de “eliminatórias”… mas serve para ficar com uma ideia…

 

(sim… não tenho esquema do top 8… estará para breve no site da SCG… Mas parabéns ao Filipe Moacho que venceu com Mono Black Devotion! ).

Temos assim três archtypes de sucesso quase garantido neste momento:

- Mono Blue Devotion;

- Mono Black Devotion;

- Azorius Control.

Tendo em conta que Azorius Control esteja representado em cerca de 10% no metagame, metade da representatividade de Mono Blue Devotion (por exemplo), consegue ainda assim estar entre os três melhores archtypes, poderá ser uma boa aposta.

No entanto, tornando-se popular, para além dos Devotion, Orzhov (Aggro/Control) poderão também a ocupar mais espaço no ambiente de Standard e atingir mais resultados.

 

 

- “Epah, mas isto é tudo muito bonito, mas aqui na realidade do nosso país sabes de alguma coisa?!”

 

- Bom, eu saber não sei muita coisa, mas posso tentar ajudar… Já agora, terá algum interesse saber o que temos por cá… Afinal temos um PTQ em Janeiro de 2014…

 

Felizmente tivemos um grande evento na mesma data que este último Grand Prix em Dallas.

Esta lista é uma variante “White Weenie”. A mais comum à data deste GP era construída com cartas de Boros. Devido à evolução do metagame, parece que a adopção de uma lista com cartas Orzhov permitem mais resiliência (Xathrid Necromancer), mais disrupção contra controlo (Thoughtseize, Sin Collector), melhor removal e mais versatilidade.

 

Após a análise destes últimos três Grand Prix, podemos observar quais os archtypes que conseguiram melhores resultados, analisando o número de vezes que conseguiram atingir o top 8:

O uso de 4 Blood Baron of Vizkopa balança de imediato o caminho para a vitória nos jogos contra Mono Black Devotion e Boros Devotion/Aggro. Esta lista tem um excelente conjunto de efeitos de removal. Para lutar contra controlo, além dos 4 Thougtseize de maindeck, conta ainda com mais 2 Sin Collector, Duress e Pithing Needle. Este jogador mexicano aproveitou a vantagem contra Mono Black Control e a crescente popularidade de Azorius Control, a qual conduziu ao aumento do número de decks de controlo em conjunto com Esper. Orzhov Control tem um excelente plano de disrupção e isso também garante vantegens.

 

Top 4 - Ben Stark – Orzhov Control - Grand Prix Dallas Fort Worth

Vencedor - Marlon Gutierrez – Orzhov Control - Grand Prix Dallas Fort

Neste GP esta foi mesmo a carta de destaque com 28 cópias presentes no top 8!

 

Tanto Mono Blue Devotion como Mono Black Devotion usam 4 cópias desta criatura.

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