
O Cubo do Povo

Thierry Bravo tem 22 anos e joga Magic há um bom número deles, com a sua team, MiMiMi. Conta no seu currículo com dois Top 8's em PTQ's, um em construído e outro em limitado. Cubo é o seu formato favorito.

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Hoje vamos falar de um formato diferente, um formato que é incrivelmente divertido e consegue ser sempre diferente: Cubo. Mas atenção, não vou falar daqueles Cubos com 100 raras e Power 9, mas sim de um Cubo que toda a gente seria capaz de construir: um Cubo de Pauper.
Para quem não sabe, Pauper é um formato em que só podem ser usadas comuns. Nada de incomuns ou raras. No entanto, isso não quer dizer que o formato seja underpowered, antes pelo contrário. Em Pauper Classic, por exemplo, há uma lista de cartas banidas por serem demasiado poderosas! São elas: Cloudpost, Cranial Plating, Empty the Warrens, Frantic Search, Grapeshot, Invigorate, e Temporal Fissure.
Mas voltemos ao tópico do artigo. Um Cubo é uma lista de cartas em que há apenas uma cópia de cada e que tem uma distribuição por cores homogénea, com artefactos e terrenos para completar. Basicamente é como se eu decidisse criar a minha própria edição com as minhas cartas preferidas. Depois, fazem-se packs de 15 cartas e drafta-se normalmente.
- Quais as vantagens de ter um Cubo?
Temos algo para fazer. Às vezes não temos decks montados ou só alguns têm decks enquanto os outros não têm. Um Cubo resolve a situação. Já para não falar de que não se paga nada!
- Porquê Pauper?
Porque é barato. E divertido, alternativo, etc. Ultimamente tem-se falado muito em Cubo por causa do MTGO e achei relevante falar de outro tipo de Cubo que não fosse o que vemos normalmente. Já para não falar que não é fácil adquirir as cartas para fazer um Cubo como o do MTGO. Até no UnPowered Cube (sem Power 9), há cartas como Gaea’s Cradle ou Jace, the Mind Sculptor que não estão ao alcance de todas as carteiras.
No que toca ao Pauper, vou usar o meu Cubo como exemplo. Só tem comuns, obviamente (cartas que foram comuns pelo menos uma vez como a Fireball ou o Mogg Fanático). Fica aqui o link com a lista
Esta lista é o resultado de muitos anos de teste. Cada vez que drafto com os meus amigos, ouço as suas opiniões sobre que cartas excluir/incluir ou sobre que cartas são demasiado poderosas (sim, existem comuns overpowered!). Ao longo do tempo, fui vendo que ter cartas referentes a tribos (Goblins, Elfos, etc) ou com alguma mecânica que exige ter mais de uma carta com a dita mecânica (Infect, Afinidade por Artefactos, etc) era escusado. Isto acontece porque o Cubo é grande (435 cartas) e há cartas que ficam de fora quando draftamos, o que torna impossível fazer um deck tribal ou um deck de Infect. É certo que poderia fazer um Cubo mais pequeno, mas depois estaria a tirar muitas cartas e ter um Cubo grande é bom porque os packs que se draftam nunca são iguais. Podemos fazer dois drafts num dia e ter poucas cartas repetidas.
No que toca às cores, o azul é, provavelmente, a cor mais poderosa (que surpresa) e o branco a mais fraca (outra surpresa). A cor azul é capaz de suportar várias pessoas no mesmo draft, ou seja, podem estar três ou quatro (ou até cinco) a draftar essa cor. O mesmo acontece com o vermelho. Isto faz com que o azul e o vermelho sejam as cores mais draftadas e mais poderosas. O preto e o verde também podem ser as cores principais de um deck mas, normalmente, são menos draftadas do que as outras duas que mencionei. Por fim, o branco é mais uma cor de suporte. Contudo, não deixa de ser excelente nesta função graças à inúmeras Auras de remoção como Pacifism ou Faith’s Fetters.
- O que fazer para melhorar o branco?
A melhor forma seria, provavelmente, adicionar incomuns mas aí já estaríamos a ir por outro caminho.
Falando agora de cada cor individualmente, aqui vai uma explicação das forças e fraquezas de cada uma:
- Branco : Como já mencionei, a força do branco reside nas Auras que aprisionam criaturas (Pacifism, Recumbent Bliss) ou permanentes (Faith’s Fetters). Conta também com algumas criaturas bastante poderosas como o Guardian of the Guildpact ou o Aven Riftwatcher, contudo, as criaturas são, por vezes, ineficazes porque não têm o impacto que outras têm quando entram em campo. Melhor carta: Faith’s Fetters.
- Azul : Desde os counters, aos bounces, ao draw e às criaturas, o azul está bem servido. Counterspell, Capsize ou Mulldrifter são algumas cartas que se destacam. O azul consegue lidar com tudo, daí não ter nenhuma fraqueza aparente. Melhor carta: Mulldrifter. Honorable mentions: Undo, Capsize.
- Preto: A cor com melhor removal (Murder, Snuff Out, Pestilence…) e que conta também com os chamados “gravediggers”, criaturas que devolvem outras do cemitério para a mão (Gravedigger, Cadaver Imp…). É, também, a única cor que tem efeitos de cólera como Pestilence e Crypt Rats. No entanto, é uma cor que, sozinha, não consegue lidar com encantamentos e artefactos.Melhor carta: Pestilence. Honorable mention: Gray Merchant of Asphodel.
- Vermelho: Dano directo (Lightning Bolt, Chain Lightning) e criaturas agressivas (Gathan Raiders, Suq’Ata Lancer) tornam o vermelho aliciante. Quando não está emparelhado com o azul corre o risco de ficar sem gás e tem, por vezes, dificuldades em lidar com criaturas grandes. Melhor carta: Rolling Thunder. Honorable mention: Fireball.
- Verde: O verde conta com criaturas grandes (Yavimaya Wurm, Rumbling Baloth) e cartas de aceleração (Rampant Growth, Llanowar Elves). Não tendo removal propriamente dito, tem de ser emparelhado com uma cor que tenha ou então, ser agressivo.
Melhor carta: Sprout Swarm.
Por fim, o último tópico que queria expor era uma lista de alguns arquétipos que são possíveis de draftar, assim como as cartas mais importantes de cada um:
- UR Control (a.k.a. deck do Andrea): combina as cartas de tempo e de draw do azul com o burn do vermelho fazendo com que o deck possa ser control em certas situações e aggro noutras. Cartas importantes: Jilt, Undo, Izzet Chronarch/Archaeomancer, Ghitu Slinger.
- BG Pestilence: deck que joga em torno de cartas como Pestilence, Crypt Rats e Evincar’s Justice e que mata o adversário com criaturas grandes. Cartas importantes: as já referidas, assim como Disturbed Burial, Penumbra Spider, Krosan Tusker.
- RG Aggro: matar o oponente o mais rapidamente possível com criaturas agressivas e burn. Cartas importantes: Keldon Marauders, Rancor, Lightning Bolt, Fervent Cathar.
- Esper Blink: é possível fazer três versões deste deck. A primeira, mais focada no azul com bounces como Man-o’-War, Undo. A segunda, centrada no branco com Aven Riftwatcher e Blind Hunter e última, com preto como cor central para cartas como Gray Merchant of Asphodel ou Bloodhunter Bat. Cartas importantes: Momentary Blink, Otherworldly Journey, Cavern Harpy.
E pronto, o meu Cubo (e um Cubo de Pauper no geral) é isto. Nunca dediquei tanto tempo, no Magic, a um projecto destes. Procurei ter sempre as cartas de borda preta, a não ser aquelas que não eram possíveis (as de Portal Three Kingdoms), assim como “pimpar” ao máximo o Cubo com foils e cartas assinadas ou alteradas. Além disso, muitos amigos meus assinaram cartas do meu Cubo como sinal de amizade (já estou a ficar lamechas). Já tive os meus “pet decks” mas o Cubo é o bem que estimo mais no que toca ao Magic e espero que vos tenha despertado a vontade de criar o vosso próprio Cubo!
Queria aproveitar também para agradecer a todos aqueles que me ofereceram cartas para o Cubo, nomeadamente as foils. Ao Afonso Rodrigues, por me ter dado muitos terrenos básicos antigos e bonitos. Ao Francisco "Artista” Pinto, por me ter alterado, com muita paciência, algumas das minhas cartas (já agora, vejam a página de alters dele no Facebook dele). E a todos os outros por jogarem com o Cubo!
Aqui ficam algumas pics de cartas do meu Cubo:

Chain Lightning de Legends;





Capsize alterado pelo Francisco Pinto;
Delver of Secrets assinado pelo Raúl Nicolau, um amigo meu;
Faith’s Fetters em japonês assinado pelo Shuuhei Nakamura!
Liliana’s Specter Boxless de Game Day assinado pelo seu criador, Jaime Jones.
Obrigado por lerem,
Thierry Bravo
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