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Report do 4 Seasons Magic - Mox Winter (Comentador) 

André Mateus joga desde 2003 e teve a oportunidade de combinar a paixão de fazer decks com a paixão de escrever. Os seus decks e a sua escrita chamaram a atenção de sites como o da Wizards, Starcitygames. com e Mana Deprived. Agora podem ler mais sobre ele aqui em Mana Ramp e ver as suas rubricas mensais como Modern Masters e Um Pequeno T2.

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Olá a todos. No passado fim-de-semana tive a grande oportunidade de ser um dos comentadores no live streaming do torneio 4 Seasons Magic – Mox Winter, organizado pela Hobbit’s Land, em Cascais. Foi uma experiência inesquecível que espero poder repetir em breve. Podem consultar os vídeos aqui 

 

Este é o meu report, da cabine:

 

Ronda 1: Frederico Bastos (Scapeshift) vs Luís Gobern (4-Color Gifts) ou “e Gobern ganha 2-0, espera…não…está 1-1?!”

 

A primeira ronda mostrou o quão desconfortável eu ainda me encontrava na cadeira de comentador, comigo a fazer questão de anunciar cada movimento feito pelos jogadores em detalhe, desde qual a fetchland específica que sacrificavam como a edição de certa carta, esquecendo-me do mais importante…o resultado! O Gobern foi aplicando pressão com um Deathrite Shaman e uma Creeping Tar Pit, até deixar o Bastos a 3 de vida e forçado a topdeckar Scapeshift. Ele assim o fez, liderando a partida por 1-0.

 

No segundo, Gobern utiliza o seu “engine” de Life from the Loam e Raven’s Crime para desmantelar a mão do oponente, acabando por ganhar o jogo com um Terastadon que destruiu muitas das lands do Frederico. A minha cabeça não se recorda da surpreendente vitória de Bastos no primeiro jogo e declaro Gobern como o vencedor, recordando-me logo o Cláudio de que está 1-1 e não 2-0. Oops!

 

O Gobern aplica a mesma estratégia no segundo jogo, usando Sphinx of the Steel Wind como o seu finisher desta vez. Ao menos não errei, só me antecipei! Na entrevista, o (finalmente) PTQ winner desabafa sobre o seu descontentamento em relação ao vídeo filmado por Sam Pardee, no ChannelFireball, com o mesmo deck. Desejei-lhe boa sorte e esperar voltar a vê-lo na cabine mais tarde. Tendo em conta o desenrolar dos acontecimentos, suponho que deveria ter mais cuidado com o que desejo…

 

Ronda 2: Vasco Bonifácio (Jund) vs Edgar Fernandes (Splinter Twin) ou “Temos connosco Vítor Bonifácio!”

 

O Vasco (Sim, Vasco!) teve excelentes draws nos dois jogos que jogou, sempre com múltiplos discard spells que, não só impediram o Edgar de montar o combo, como ainda lhe permitiram proteger o Dark Confidant. Em ambos os jogos, o Edgar viu-se forçado a apostar no Confidant do Vasco como a forma principal de ganhar a partida, mas o Vasco limitava-se a activar a habilidade de lifegain do Deathrite Shaman com o trigger do Dark Confidant na stack, mantendo sempre o jogo seguro. No último turno, uma Liliana of the Veil revelada baralhou as contas, tanto ao Vasco como a mim, mas lá acabamos por achar a jogada mais correcta.

 

A entrevista começou com o pé esquerdo, comigo a enganar-me no nome do Vasco, que já conheço há alguns anitos, tratando-o por Vítor. Rimo-nos da situação e discutimos os jogos, o match-up, Xenagos, the Reveler no sideboard e o carinho que ele nutre por Huntmaster of the Fells, presente em todas as suas listas de Jund.

 

Ronda 3: Márcio Carvalho (Jund) vs Pedro Martinho (Jund) ou “E entra em cena Rafael Ribeiro!”

 

O Kiki-Pod de Rafel Ribeiro desiludiu-o neste torneio e, em vez de continuar a lutar por um Top 16 pouco provável, o Rafael decidiu juntar-se a mim na cabine para comentar o resto das rondas. A dois, a tarefa revelou-se mais fácil. Começamos com um mirror de Jund, onde Pedro Martinho ganhou um primeiro jogo que, a nós, parecia quase impossível. Com apenas duas lands, o Pedro esteve a defrontar um oponente com cinco, uma delas Raging Ravine, Dark Confidant e Scaveging Ooze. Infelizmente para o Márcio, o Dark Confidant do campeão não foi gentil com ele, revelando dois Maelstrom Pulse e um Huntmaster of the Fells, dando a corrido a Martinho.

 

No segundo jogo, o Márcio ficou com uma mão de Treetop Village, Floresta e múltiplos Tarmogoyfs, sendo já tarde demais quando comprou outra das suas três cores.

 

Ronda 4: Márcio Carvalho (Jund) vs Pedro Dores (Splinter Twin) ou “Um beijinho pó Mendonça!”

 

O Márcio tinha aqui outra oportunidade on-camera, que também não conseguiu concretizar. Alguns discard spells deixaram o Dores a ter de topdeckar uma das peças do combo, algo que o Pedro fez quando parecia já ser tarde demais, a 11 de vida e enfrentando um Tarmogoyf 4/5 e um Scavenging Oooze 3/3, tendo o Márcio ainda dois Lightning Bolts na mão. O campeão português ataca com as duas criaturas, mas não “pumpa” o Ooze com medo de Cryptic Command, deixando o Pedro a 4 de Vida. Quando joga Deceiver Exarch no final do turno do Márcio, este último responde com dois Bolts no adversário. O Pedro deixa resolver o primeiro, mas tem uma Swan Song para o segundo, ganhando no seu turno.

 

No segundo jogo, o Márcio tem vários discard spells, um Tarmogoyf enorme e resposta para a Batterskull de Dores.

 

Já o terceiro jogo começou com o combo na mão de Dores, que perde uma das peças para Inquisition of Kozilek e topdecka a mesma peça no turno seguinte! No entanto, ainda falta uma, a mais improvável, a quarta land! Dores falha na primeira tentativa, falha na segunda tentativa e na terceira, a última que tem, encontra uma Steam Vents no topo, que lhe dá acesso a Splinter Win e lhe permite ganhar a partida.

 

Na entrevista ao vencedor, ficámos a saber que, antes deste jogo, o Pedro estava algo como 0-10 contra o Márcio e quebrou finalmente o enguiço, que o seu deck de Tempo Twin corria as 8 criaturas para o combo, 4 Pestermite e 4 Deceiver Exarch e, claro, que ele mandava um beijinho para o Mendonça, um dos seus apoiantes no chat do stream.

 

Ronda 5: Pedro Luís (UWR) vs Carlos Braga (BW Tokens) ou “Já sabem aquela do Chan e das irmãs?”  

 

Ao chegar a esta quinta ronda, já o Gobern não queria nada com o seu deck de Gifts após duas derrotas e um empate. O que decidiu então o (até recentemente) eterno segundo classificado? Vir comentar, pois claro! Infelizmente, como o próprio Gobern o disse, este primeiro jogo não teve grande história, com o Pedro a fazer mulligan a 5 e a ser desmantelado por Thoughtseize, Tidehollow Sculler e Liliana of the Veil, acabando por morrer para um par de tokens do Raise the Alarm. O Gobern decidiu então aproveitar o tempo morto para contar a história das duas irmãs com as quais Tiago Chan, conhecido jogador de Magic português, queria estabelecer uma relação de natureza carnal mas, ao não ter conseguido decidir-se por uma, acabou por perder as duas. Mais vale um pássaro na mão que dois a voar era o pensamento na cabeça de todos quando o segundo jogo se iniciou.

 

Neste, é a vez de Carlos Braga fazer mulligan, e a 4, sendo o jogo dominado por Pedro Luís com vários “Wrath of God” effects e selado com um Restoration Angel.

 

Devido a uma má gestão de tempo pelos dois jogadores, mais evidente no caso de Pedro Luís, aos numerosos mulligans e à própria natureza do match-up, o terceiro jogo não chegou a ser concluído e os jogadores saíram da quinta ronda com um empate.

 

Ronda 6: Emanuel Pardal (UWR) vs Pedro “Roça” Pereira (UWR) ou “Runed Halo e Baneslayer?”

 

Com o Gobern já on-camera após surripiar uma cadeira, testemunhámos um mirror de UWR, as duas versões mais controladoras, sem Geist of Saint Traft, onde as escolhas de “Roça”, nomeadamente Runed Halo de maindeck e Baneslayer Angel de sideboard, nos deixaram de boca aberta. A verdade é que, num arquétipo tão fair e tão reconhecido como UWR, pequenas diferenças aqui e ali tornam muito mais difícil ao adversário saber do que jogar à volta e como vimos depois na entrevista, Runed Halo não está morto em qualquer match-up e Baneslayer é a melhor carta contra Jund quando estes não têm uma resposta, e também a melhor carta contra Burn, um deck que o jogador abomina.

 

O Pardal fez alguns mulligans e esteve sempre atrás, tanto em cartas como em lands, acabando por perder a ronda por 2-0.

 

Ronda 7: Júnior Lomba (UWR) vs Nuno Costa (Junk) ou “Como é que o Cryptic Command tá worded?”

 

Minutos depois da entrevista com Júnior Lomba, um promissor jovem de 15 anos da equipa Hobbit’s Land, víamo-lo em acção contra o eventual vencedor, Nuno Costa, jogando para o Top 8.

 

Esta partida ficou marcada por alguns erros por parte do Júnior, sem dúvida justificados pelo nervosismo e inexperiência do jogador, mas ainda mais marcada por uma carta, Cryptic Command. No primeiro jogo, uma opção diferente com a instant de 4 de mana, devolvendo um Scavenging Ooze 5/5 para a mão em vez de comprar uma carta, poderia ter dado o jogo ao jovem, enquanto que, no segundo, Júnior usou Snapcaster Mage para dar flashback a um Command, respondendo a um removal spell do Nuno num Snapcaster Mage já em jogo, com a intenção de virar as criaturas do adversário e devolver esse Snapcaster para a mão. O Nuno joga outro removal no mesmo Snapcaster, anulando o spell pois este perde o seu único target.

Esta decisão causou alguma controvérsia e foi meritória de uma judge call, que determinou ser este o procedimento correcto, pois a habilidade de virar as criaturas do adversário não faz alvo (tap all creatures your opponents control), apenas a outra o faz e, sendo o alvo desta anulado, toda a resolução do spell é anulada também.

 

Esta situação foi-nos explicada por um juiz e, após a resolução desta, o Júnior concedeu poucos turnos depois, pondo fim a, no geral, uma excelente prestação.

 

Posto tudo isto, estava finalmente decidido o nosso Top8:

 

Filipe Costa (UWR)

Mauro Peleira (UWR)

Filipe Moacho (UWR)

Nuno Costa (Junk)

Edgar Fernandes (Splinter Twin)

Pedro Pereira (UWR)

Carlos Duarte (UWR)

Duarte Amaral da Cruz (UWR)

 

Quartos de Final: Filipe Costa (UWR Midrange) vs Duarte Amaral da Cruz (UWR Control) ou “Esse Geist ainda não morreu, Filipe!”

 

Os quartos de final começavam com um dos três mirros de UWR, uma vez que o Junk de Nuno Costa iria defrontar o Twin de Edgar Fernandes. O deck de Filipe Costa era o mais agressivo dos dois, mas o jogador esteve sempre muito apreensivo em relação a resolver um Geist, estando sempre pronto a pô-lo no cemitério a qualquer oportunidade. O jogo arrastou-se por vários turnos, acabando por terminar com um erro do Duarte que, a 6 de vida, deixa resolver um Geist of Saint Traft, optando por uma linha de jogo mais agressiva, matando o oponente em dois turnos, mas tendo de topdeckar para não morrer no próximo turno do adversário. Acaba por topdeckar um Path to Exile para lidar com o token de anjo do Filipe, mas este último também topdecka, um Cryptic Command para anular o removal spell de Duarte.

 

No segundo jogo, Duarte tem Pyroclam para lidar com o primeiro Geist, mas não tem outro para o segundo Geist, que, com a ajuda de Remand e Cryptic Command, leva o Filipe às semifinais.

 

Meias-finais: Filipe Costa (UWR) vs Nuno Costa (Junk) ou “Ai, Costa, a vida Costa!”

 

O primeiro jogo estava a ser bastante disputado entre os dois jogadores, até que, acidentalmente, Filipe Costa leva um warning por olhar para uma carta extra, devido às suas capas defeituosas. Como se tratou da terceira vez, o warning transformou-se num Game Loss e Nuno Costa começa 1-0.

 

No segundo jogo, a cabeça de Filipe Costa traiu-o e, preso a poucas lands enquanto enfrenta uma Liliana of the Veil, compra carta que não pode jogar atrás de carta que não pode jogar antes de conceder.

 

No final da partida, o Head Judge Diogo Santos veio-nos esclarecer a situação do Filipe, bem como dar uma ideia dos problemas e questões que os juízes enfrentaram ao longo de todo o torneio.

 

Final: Mauro Peleira (UWR) vs Nuno Costa (Junk) ou “Mas eles tão a jogar pá Mox?”

 

Chegou-nos a informação (falsa) de que os jogadores iriam vender a Mox e dividir o dinheiro, mas o que aconteceu de facto foi que os jogadores decidiram dividir o dinheiro atribuído ao primeiro e segundo classificando, jogando para a Mox.

 

Nuno Costa ganhou o primeiro jogo com Lingering Souls e Liliana of the Veil enquanto que o Mauro nunca chegou a comprar uma fonte de mana branca, e o segundo foi para o jogador de UWR, num jogo muito disputado, com múltiplas criaturas dos dois lados, havendo nelas uma diferença fundamental…as do Mauro voavam!

 

O terceiro jogo prometia mas, sucessivos mulligans por parte do Mauro que, aliados ao descarte do Nuno, deixaram-no com poucos recursos na mão e apenas três terrenos em jogo, permitiriam ao jogador de Junk ganhar o torneio e levar uma Mox para casa!

 

Gostava de agradecer a toda a organização da Hobbit’s Land, que foram cinco estrelas comigo, e um especial agradecimento ao Cláudio Santos, sem ele nada disto seria possível. Aos meus colegas (inesperados) de transmissão, Rafael Ribeiro e Luís “Veilborn Ghoul” Gobern (fico à espera da história do Chan na Polónia com as strippers), a quem comentou no chat, a toda a equipa de judges e aos jogadores que aceitaram sempre ser entrevistados, alguns deles até mesmo ao colo do Gobern! Espero poder repetir a experiência no futuro.

 

Obrigado por lerem,

André Mateus

 

PS.: Para o Isidoro – Manaramp, manaramp, manaramp…

  

 

Nota: Podem também brevemente ler este artigo e outros conteúdos em http://hobbitsland.com/

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