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Report do PTQ Journey Into Nyx - Top 4  Hobbit's Land + White Dragon

Olá meus caros!

 

Desta vez este “pedaço” que vos escrevo não trata análise de metagame, não terá “queijos” nem gráficos com percentagens. Também não vão encontrar várias listas de baralhos (apenas uma) nem outros aspectos mais interessantes que poderiam encontrar noutros espaços obscuros da internet.

 

Trata-se do report da minha participação no Pro Tour Qualifier Journey into Nyx que decorreu dia 4 de Janeiro na Hobbit’s Land, organizado pela White Dragon. Garanto que não será um report exaustivo a descrever cada ronda. Poderei abordar uma ou duas jogadas (erradas) com as quais aprendi mais alguma coisinha, mas debruçar-me-ei principalmente na preparação, escolha do baralho, as principais razões e outros momentos memoráveis! Será como um diário envolto em nebulina…

 

Dia 1 – Após o lançamento de Theros

Durante o lançamento de Theros, depressa fiquei entusiasmado por finalmente haver cartas suficientemente boas para jogar Esper Control (Branco, Azul e Preto Controlo) em Standard sem ter que procurar a vitória em “traumatizar” o baralho do adversário…

Comecei o formato de Esper Control mas com a mesma velocidade deixei este arquétipo. A base de mana vista no papel parecia muito boa, mas na prática as manas específicas e duplicadas para jogar cartas como Hero’s Downfall e Supreme Verdict em situações mais apertadas (como por exemplo contra baralhos Aggro bastante agressivos) falhava mais vezes do que todos os momentos deprimentes dos reality shows.

 

Dia 2 – Durante a série dos GP de Standard

Era tempo de mudar, mas não queria deixar de jogar cartas como Supreme Verdict e Detention Sphere visto serem boas respostas para os baralhos Devotion que dominavam o formato. Era tempo de Azorius Control (Azul e Branco Controlo).

Além de Cifka ter feito um óptimo resultado no GP Vienna a par do Hall of Famer William Jensen no GP Dallas, ambos pilotando Azorius Control, o baralho parecia levar uma corrente de jogo semelhante a Esper Control e aparentemente bem posicionado em ambiente de Devotion. Infelizmente perdiam-se cartas como Thougtseize, Heros’s Downfall e Blood Baron of Vizkopa. Por outro lado a base de mana era muito melhor e com mais efeitos de compra, garantindo quase sempre no mínimo 6 cartas na mão durante um jogo inteiro.

Procurei uma lista que ficasse algures no “meio” das utilizadas pelos dois jogadores anteriormente citados. Sentia-me confortável com a lista mas devido às poucas condições de alcançar a vitória, que caracterizam este baralho, e sendo fundamental ganhar o primeiro jogo de cada ronda num torneio, fiquei com algumas dúvidas. Os jogos de mirror (contra o mesmo arquétipo) eram uma tortura… Foi então que Counterflux pulsou!

 

Dia 3 – Cheira a Natal

Com o aproximar do PTQ, era importante encontrar o baralho que me desse mais confiança a jogar. Sentia-me confiante com Controlo, mas jogar com este tipo de estratégia num evento com mais de 5 ou 6 rondas pode ser um erro. Os jogos são normalmente longos e com muitas decisões a tomar a cada turno, a probabilidade de errar aumenta e isso custar-nos a vitória. Com o decorrer de um torneio como um PTQ, há cansaço, ansiedade e pressão, elementos que levam também ao erro se não os conseguirmos controlar.

Ainda experimentei Orzhov Aggro por ser agressivo e conseguir “atravessar” o Devotion com Brave the Elements, mas contra controlo e Anger of the Gods tinha que correr tudo muito bem, sentia ainda falta dos draws adicionais…

Dei uma volta em Selesnya Aggro por considerar ter uma estratégia flexível, mas não tinha tempo para encontrar uma lista devidamente equilibrada e a falta de terrenos com vidência não me convenceu totalmente. Mas quase…

Seria mesmo controlo.

Teria que encontrar algo como Azorius Control mas com vantagem no mirror, capaz de aguentar um início agressivo contra Aggro e com mais opções para alcançar a vitória.

 

Dia 4 – Aquela semana

A escolha estava feita, UWR Control seria a evolução de Azorius com vantagem no mirror à conta de Counterflux e, Assemble the Legion para contornar o removal de Mono Black Control.

Após análise de inúmeras listas no MTGO e em eventos da SCG, uma lista que fez top 4 num PTQ em Itália despertou-me interesse por ser diferente daquelas até então apresentadas. Tratava-se de uma lista feita por Alessandro Portaro, entrei em contacto com ele e fomos discutindo as opções. Ainda experimentei a lista do Alessandro, a qual tinha 4x Izzet Charm pela sua versatilidade, mas ao mesmo tempo mostrou ser demasiado situacional. Os 2 pontos de dano numa criatura ajudavam contra Aggro e Mutavault. O “Spell Pierce Charm” surpreendia no primeiro jogo de mirror, Underworld Connections quando só tinha dois de mana livres ou Thassa, God of the Sea contra Mono Blue Devotion. O “Faithless Looting Charm” ajudava a encontrar as soluções em troca da perda de 3 cartas da mão. Com Elixir of Immortality no baralho, à primeira vista, não parecia ser uma grande desvantagem, mas na véspera do PTQ durante um curto testing pareceu mesmo horrível.

 

Dia 5 - PTQ

Após ter descansado umas longas 3 horas levanto-me e sigo com Vitor Pereira, um amigo de infância e membro da equipa, até Cascais. Ele iria jogar com uma lista muito semelhante à minha, bem como outro membro da equipa, o João Gonçalves. Outros dois pertencentes à equipa, Duarte Amaral da Cruz e Pedro Correia Luís iriam jogar de Orzhov Aggro e Azorius Control respectivamente.

 

Ao chegarmos ficámos meio surpreendidos como Portugal continua a ter apenas um PTQ por season, quando o número de participantes continua a aumentar. Afinal, este seria o maior PTQ alguma vez realizado em Portugal com a presença de 220 jogadores.

 

Depois de cumprimentar “velhos” conhecidos foi esta a lista que registei e joguei:

 

Lands (26)
4x Temple of Triumph
4x Sacred Foundry
4x Steam Vents
4x Hallowed Fountain
2x Azorius Guildgate
1x Izzet Guildgate
1x Plains
6x Island

 

Creatures (1)
Aetherling

Spells (33)
4x Azorius Charm
4x Counterflux
4x Detention Sphere
2x Divination
3x Sphinx’s Revelation
4x Supreme Verdict
2x Turn/Burn
2x Last Breath
1x Warleader’s Helix
1x Elixir of Immortality
4x Jace, Architect of Thought
2x Elspeth, Sun’s Champion

Sideboard (15)
4x Gainsay
2x Wear/Tear
2x Assemble the Legion
2x Izzet Staticaster
1x Glare of Heresy
1x Pithing Needle
1x Jace, Memory Adept
1x Aetherling
1x Last Breath

 

A base de mana de UWR Control agradou-me muito mais do que a de Esper Control.
Troquei os Izzet Charm por Azorius Charm, têm efeito reciclar, podem não funcionar como removal definitivo para algumas criaturas como o Izzet Charm, mas é capaz de colocar um Desecration Demon no topo do baralho do adversário e dar-nos mais tempo prevenindo o dano que resultaria do ataque e atrasando a compra de outras cartas relevantes do oponente (se Underworld Connections não estiver em jogo… só um exemplo). Hipoteticamente, ainda usar o vínculo com a vida com um ataque de Aetherling ou dos tokens produzidos por Elspeth, Sun’s Champion ou de Assemble the Legions.

Entre Assemble the Legion e Aetherling de mainboard, escolhi a segunda por conseguir fechar os jogos mais rápido e ser muito relevante contra Controlo e também útil contra Mono Black Control.

Counterflux a carta da lista que realmente faz a diferença entre UWR e Azorius/Esper Control.

2 Turn/Burn e 2 Last Breath seriam suficientes para lidar com Mutavault, Pack Rat e outras ameaças iniciais. O Turn/Burn ainda permite outras funções dada a sua versatilidade.

Warleader’s Helix foi a carta que mais dúvidas tive em utilizar, mas convenceu-me por permitir eliminar planeswalkers e criaturas ganhando vida ,e com isso, tempo.

Ainda esteve na dúvida usar Mizzium Mortars, mas preferi 2 Divination. As cartas de removal acima referidas (excepto Last Breath) e Supreme Verdict seriam capazes de resolver o mesmo que os “morteiros”. Com Divination recuperava o gás.

Reduzi o número de Sphyn’s Revelation simplesmente para ter espaço para Aetherling e porque na minha opinião, não é a carta que queremos ver na primeira mão de 7.

 

Quanto ao sideboard escolhi ter 4 Gainsay, podem ajudar no mirror de controlo, mas principal preocupação era Mono Blue Devotion. Um jogo que no papel eu considerei ser a meu favor, mas na verdade deveria ter testado mais este match up.

O segundo Aetherling para os mirrors de controlo. Jace, Memory Adept tive algumas dúvidas mas acabei por o utilizar. Não o iria utilizar contra Azorius Control porque também têm Elixir of Immortality e não queria fazer algo parecido com a lotaria. Contra Esper Control é mais um ângulo de ataque bem como para outros match ups, era suficientemente justificado.

Assemble the Legion e Wear/Tear, as melhores cartas contra Mono Black Control.

Izzet Staticaster para segurar Aggros como Orzhov, Boros, Rakdos…

 

 No PTQ as minhas rondas foram assim:

1ª  UWR Control ( 2-1 )

2ª  Esper Control ( 2-0 )

3ª  Orzhov Control ( 2-1 )

4ª  Orzhov Control ( 2-1 )

5ª  Boros Devotion ( 2-0 )

6ª  Selesnya Aggro ( 0-2 )

7ª  Mono Blue Devotion ( 2-0 )

8ª  ID

1/4 Orzhov Aggro ( 2-0 )

1/2 Mono Blue Devotion ( 0-2 )

 

Não irei apresentar os planos de sideboard por uma razão: não os fiz previamente.

Durante o evento adaptei o sideboard consoante o baralho do adversário obviamente, mas em algumas situações também dependendo de quem iria jogar primeiro.

 

Durante o torneio defrontei duas vezes aquele que considerava o meu pior match up, Orzhov Control. Ainda assim, mesmo com arranques de Thoughtseize seguidos de Pack Rat e Mutavault a acompanhar, o baralho conseguiu resistir e Divination a fazer um belo trabalho.

 

Não esperava encontrar Selesnya Aggro, outro match up complicado. A verdade é que à 6ª estava a defrontar um GW muito bom e no segundo jogo tentei aguentar até encontrar Supreme Verdict. Cometi o seguinte erro:

Do lado do oponente está 1 Voice Of Resurgence, 1 Chronicler of Heroes e 1 Skylasher e estava a 6 pontos de vida. Na minha mão 2 Azorius Charm e na mesa 1 Jace, Architect of Thoughts. O oponente ataca com tudo e eu faço os 2 Azorius Charm por esta ordem (errada): primeiro no Chronicler of Heroes e depois na Voice of Resurgence. Esta ordem de targets foi suficiente para a Voice produzir 2 Tokens de Elemental 3/3. Se a ordem tivesse sido trocada, teria apenas 1 Token 2/2, no turno seguinte ele jogaria mais uma criatura e esse token seria 3/3. Isso dar-me ia pelo menos 1 turno para encontrar a Supreme Verdict e com isso seguidamente fazer Sphyn’s Revelation.

 

Na oitava ronda iria jogar contra o ilustre e jogador de Magic mais bonito e pequeno de Portugal, Narciso Ferreira. Confiei no pequenito e no Márcio Carvalho e fizemos ID.

 

Estava pela primeira vez num top 8 do PTQ.

 

No top 8 havia um oponente que preferia não me cruzar, André Barbosa com o seu Selesnya Aggro. Os restantes match ups eram mais acessíveis:
3 Boros Devotion, 2 Mono Blue Devotion, 1 Orzhov Aggro.

 

Os ¼ final foi mesmo contra David Monteiro, com Orzhov Aggro. Um jogo que infelizmente para o David não correu bem, não viu cartas relevantes do sideboard e acabei por controlar do princípio ao fim.

 

Na ½ final joguei contra o dono da extinta agência de viagens “PT u Go!”, Luís Gobern.

No primeiro jogo fiquei com a seguinte mão inicial: 2 Temple of Triumph, 1 Steam Vents, 1 Azorius Guildgate, 2 Turn/Burn e 1 Last Breath. O resto do jogo não vi Detention Sphere nem Supreme Verdict e acabei por não conseguir segurar o jogo.

No segundo, tomei a decisão errada de ignorar o Jace, Architect of Thoughts do Gobern e remover Thassa, God of the Sea, matar Mutavault etc.. O Jace continuava a dar-lhe cartas e ajudou a encontrar Aetherling. Devia mesmo ter testado mais este match up.

 

O Gobern no início do nosso confronto disse-me isto: “Tu concedes para mim e eu ganho a final.” – gosto deste rapaz. Fiquei, sinceramente, feliz por ele ter ganho, se alguém merecia naquele top 8, perdoem-me os restantes, era ele.

 

Fiquei contente com o resultado e aprendi muito com esta experiência bem conseguida. É verdade que no PTQ o único resultado que interessa é a vitória. Mas o top 4 serviu de motivação para o próximo, para acreditar que é possível. Para atingir resultados no Magic temos que traçar objectivos, prepararmo-nos, ser persistentes e acreditar naquilo que escolhemos. A escolha deve principalmente depender do nosso conhecimento e experiência, e não naquilo que a maioria considera ser o melhor do momento. Mas acima de tudo, jogar para divertir, aproveitar o momento e saber ouvir os mais experientes, aceitar a crítica e saber reflectir sobre a mesma. Reconhecer o erro e não o repetir.

 

Isto já vai um pouco extenso… Desejo a maior sorte do mundo para o Gobern em Atlanta, estamos contigo! Parabéns aos restantes do Top 8, a todos os jogadores que marcaram presença no evento, à equipa de juízes, à organização e aos responsáveis pelo stream de alta qualidade!

 

Nota: se quiserem saber planos de sideboard poderei apresentá-los nos comentários. Houve umas quantas situações interessantes, cómicas e extravagantes a cada ronda que não poderia escrever sobre todas neste artigo, mas quem presenciou, deve saber do que estou a falar… eheh…

 

Nota de Editor : Podem também ler este artigo e outros conteúdos em http://hobbitsland.com/

Emanuel Pardal tem 27 anos e joga Magic desde 2001 e o bloco de Odisseia. Tem múltiplos top 8's em GPTs e é o rei dos side-events! Conquistou recentemente o seu primeiro top 8 num PTQ.

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