ManaRamp (MR) - Conta-nos um pouco sobre ti. Qual a tua idade, de onde és, quando começaste a jogar MTG (por diversão e competitivamente) e quais os teus melhores resultados até agora?

 

João Andrade (JA) - Tenho 24 anos, sou natural de Ovar mas, neste momento, moro em Lisboa, onde estou a tirar Mestrado em Psicologia Social e das Organizações. Aprendi a jogar MTG no bloco original de Mirrodin, e comecei a jogar competitivamente desde o bloco original de Ravnica, em Espinho. Fui ao meu primeiro Pro Tour em San Juan, em 2008, onde fiz segundo dia, fui ao segundo PT em Philadelphia, em 2010, onde perdi a jogar para o dinheiro no segundo dia, fiquei, com o Márcio Carvalho, o Mauro Peleira e com o Tiago Santos, no Top 16 do WMC em Indianapolis, em 2012, e o meu melhor resultado até agora foi o 27º lugar no PT Born of the Gods, em Valência, tendo ficado fora do Top 25 por tiebreakers.

 

MR - Fala-nos um pouco sobre a tua qualificação para o PT Born of the Gods, o teu "love affair" com Living End e a tua preparação.

 

JA - Neste momento da minha vida tenho dado tudo por um negócio que abri no Verão, uma empresa de e-commerce, mais propriamente de gestão e criação de lojas online (já agora, visitem, em www.networkface.pt ), e então não tenho tido tanto tempo como gostaria para jogar, no entanto, arranjei um tempinho para ir jogar o PTQ a Odivelas e, apesar de não ter testado quase nada do formato, com uma pool razoável, um draft onde consegui trocar de cores na altura certa e acabar com um RB hiperagressivo, tendo feito poucos erros ao longo do dia e, claro, com bastante sorte nos meus draws, lá consegui ganhar o maior PTQ de limitado que já houve em Portugal. Para o Pro Tour, quando soube que era Modern, já sabia qual o deck de que iria jogar, Living End! Não é a minha paixão, é simplesmente um deck que já me deu muito (vários Top 8s, uma PTQ win, 5-3 em Philadelphia), com o qual tenho bastante experiência, que se adapta bem à minha forma de jogar e que, normalmente, a comunidade tende a desvalorizar, o que faz com que muita gente não tenha muito teste contra o deck, logo, dá-me algum edge à partida. Relativamente a limited não testei muita coisa devido ao tempo que tinha disponível, mas também penso que, percebendo como o formato funciona e o que é melhor e pior, não é um ambiente muito difícil.

 

MR - Como foi a tua experiência neste PT? Quais os decks mais frequentes e mais estranhos que apanhaste e quais as jogadas mais marcantes que te lembras, que te podem ter ganho ou perdido o jogo?

 

JA - Neste Pro Tour, penso que o deck que escolhi estava bastante bem posicionado…o que mais apanhei foi o deck mais jogado, Zoo, bom matchup! O deck mais estranho foi o Amulet Control do Matthias Hunt que, com Fulminators e Beast Withins, também é um mimo! O jogo mais marcante foi o da última ronda, contra UR Delver, em que estava em 29º e havia a possibilidade de fazer Top 25 com a vitória, e foi um jogo bastante intenso, que teve uma extensão de 15 minutos, estando toda a gente a espera que o jogo acabasse para saber os resultados finais. Foi um jogo em que todos os erros, mesmo os mínimos, contaram. Perdi o primeiro jogo porque, com a pressão, anunciei plainscycling com a Pale Recluse em vez de Forestcycling, sendo que os 2 pontos de dano da dual que tive que buscar lhe deram o jogo. Após isso, nos outros dois jogos, ele fez dois erros mínimos similares que acabaram por me dar o jogo a mim.

 

O facto que considero mais interessante é o de que fiz 2-1 no primeiro draft com um deck que considero bastante pior do que aquele com que fiz 1-2 no draft do segundo dia, que acho mesmo ter sido deck para o 3-0! Perdi na primeira ronda para quem ganhou o draft, em jogos muito renhidos, e perdi para screw, flood, na segunda ronda.

 

MR - Recomendas o deck? Que alterações farias?

 

JA - Claro que recomendo o deck, apesar de saber que não é tier one! É um deck que acho estar bem posicionado no formato e que, com bastante teste, se torna um dos decks mais consistentes em Modern e com acesso a draws verdadeiramente brutais!

 

Se jogasse hoje com Living End, mudava muita coisa…a lista que proponho é uma um pouco diferente do habitual:

 

Living End

Por João Andrade

 

4 Blackcleave Cliffs

4 Verdant Catacombs

1 Stomping Ground

1 Blood Crypt

1 Overgrown Tomb

1Forest

1 Swamp

1 Godless Shrine

3 Grove of the Burnwillows

1 Plains

1 Marsh Flats

 

4 Monstrous Carabid

4 Deadshot Minotaur

4 Street Wraith

4 Pale Recluse

3 Simian Spirit Guide

2 Restoration Angel

3 Fulminator Mage

1 Shriekmaw

 

4 Violent Outburst

4 Demonic Dread

3 Living End

3 Beast Within

2 Dismember

 

Sideboard

1 Restoration Angel

1 Fulminator Mage

1 Shriekmaw

2 Ingot Chewer

1 Rest in Peace

3 Damping Matrix

3 Kitchen Finks

3 Sin Collector

 

MR - E agora? Planos para o futuro?

 

 

JA - Neste momento tenho 6 Pro Points, estou a ver se vou a algum Grand Prix de forma a fazer Top 64, passar o Rodrigo Borba e ser capitão da equipa nacional no WMC. Isso, e vou tentar continuar a ganhar um PTQ por ano, como tenho feito até agora!

 

Para finalizar, quero agradecer ao meu apoiante incondicional Bruno Matos (eu não me esqueço de ti!) e ao Miguel Rechtern, por ter-me oferecido, tanto a mim como ao Pedro Carvalho, um serviço de hotel 5* em Valência!

 

Desejo a melhor das sortes para o vosso projecto! É bom ver alguém a fazer algo de positivo pelo MTG em Portugal!