Ora muito bom dia (ou boa tarde ou boa noite)! Já tinha pensado em escrever este artigo aquando dos bannings/unbannings de Modern mas, com o trabalho, não tive tempo. Até foi bom porque houve o Pro Tour Born of the Gods e o Grand Prix Richmond que evidenciaram as mudanças que existiram no formato. Basicamente, quero falar do actual formato de Modern após estes torneios que mencionei.

 

Com o banimento do Deathrite Shaman, o cemitério passou a ser um recurso mais explorado. Tendo em conta que o único “hate” ao cemitério de maindeck resume-se agora à Scavenging Ooze ou a Relic of Progenitus por parte dos decks de Tron (que caíram em popularidade), decks rápidos de combo como Storm surgiram uma vez mais. No entanto, antes dos banimentos, eu defendia que, se o Shaman fosse banido, o Birthing Pod também o deveria ser. Isto acontece porque ao banir o Shaman e não banir o Pod, o deck de Melira ficaria demasiado bom e isso foi precisamente o que se verificou tanto no PT como no GP. Essencialmente, o Shaman funcionava um pouco como a Force of Will funciona em Legacy, isto é, fazia com que certas estratégias fossem consideradas “justas”. Melira Pod parece estar a dominar o formato ultimamente e só não teve mais slots no Top 8 do PT porque, na minha opinião, não é um deck que os “Pros” apreciem. Estes preferem decks do género de UWR. Contudo, o que se verificou (e o que se continua a verificar) é que Melira Pod, e também Kiki Pod (este menos) são decks carregados de respostas e muito difíceis de jogar contra.

 

Houve outro deck que beneficiou bastante do banimento do Shaman, ou melhor, uma carta: Snapcaster Mage. Se muitos já se queixavam do power level desta carta, o seu valor subiu e muito.

 

No geral o banimento do Shaman foi positivo porque quebrou a hegemonia do Jund e dos seus derivados. Devido à presença desses decks, baralhos de combo como Storm ou Ad Nauseam não eram boas escolhas por causa de todo o descarte + pressão com criaturas eficientes. Contudo, os decks de Birthing Pod, nomeadamente o Melira, estão claramente acima dos outros, na minha opinião.

 

Quanto aos desbanimentos, o Wild Nacatl já merecia estar fora da gaiola, até porque, se calhar, nunca lá devia ter estado. Aliás, o Pro Tour e o Grand Prix provaram que o gato é bastante justo neste formato. Zoo teve, no geral, uma performance bastante medíocre, o que prova não ser o Nacatl que vai salvar o arquétipo.

 

A mesma coisa se pode dizer da Bitterblossom. Fadas já não é o deck que era. Existem cartas como Abrupt Decay ou Lingering Souls que não existiam antes, já para não falar do próprio Melira Pod, que parece excelente contra Fadas.

 

É bom ver a Wizards finalmente a desbanir cartas e penso que, no futuro ,irá continuar a fazê-lo. Certamente que não quiseram desbanir mais cartas para não desequilibrar o formato, optando por uma abordagem mais pausada, contudo, vejo algumas cartas que poderiam ser desbanidas num futuro próximo. São essas:

 

- Green Sun’s Zenith: é uma carta que, apesar de ser um tutor bastante eficaz (pode ser usado logo no primeiro turno para ir buscar a Dryad Arbor), fica uns furos abaixo do Birthing Pod ou até do Chord of Calling já que, estas últimas, não se limitam apenas a criaturas verdes. Não vejo por que é que o Zenith não poderia ser legal também. É uma carta que permite ter um “toolbox” e faria com que algumas cartas menos jogadas vissem mais jogo. Refiro-me a cartas como Gaddock Teeg ou outro tipo de “silver bullets” como Thrun, the Last Troll, por exemplo.

 

- Sword of the Meek: eu percebo o receio da Wizards em querer afastar-se de combos como este mas é um combo que é relativamente fácil de quebrar (basta remover a Sword do cemitério ou destruir a Thopter Foundry). Acho que, da maneira como o formato está, existem decks mais degenerados do que este combo. Decks como Pod, Storm ou até Ad Nauseam.

 

- Dread Return ou Golgari Grave-Troll: penso que desbanir uma destas cartas seria relativamente seguro. É difícil Dredge ser um deck em Modern com Scavenging Ooze e Pod no formato. A primeira remove as cartas do Dredge e as Bridge from Below. A segunda tem Viscera Seer que, sozinho, lida com as Bridge from Below. Por outro lado, o Dread Return sem Golgari Grave-Troll é uma carta perfeitamente honesta.Olhando para o futuro, penso que Pod vai continuar a dominar simplesmente porque é um deck difícil de contrariar e porque, pura a simplesmente, as pessoas não sabem jogar contra ele. Storm deve continuar a jogar mas não deve obter os mesmos resultados que no Pro Tour já que, ao contrário de Pod, é um deck que morre bastante para o “hate”. Se quiserem ter bons resultados joguem de Pod (mas testem muito o deck antes), um deck que tenha um matchup favorável contra Pod (Scapeshift ou Tron) ou então de Affinity, que é um deck que não quer saber do que se está a passar do outro lado. Um homem muito sábio disse uma vez: “Affinity morre para cartas específicas, não para decks.” Contudo, Modern não deixa de ser um formato diversificado que continua a ser bastante divertido.

 

Como bónus, fica aqui uma lista de Mono Black para quem quiser experimentar algo mais “rogue”:

 

4 Urborg, Tomb of Yawgmoth

1 Arena

1 Nykthos, Shrine to Nyx

4 Ghost Quarter

14 Swamp

 

4 Geralf’s Messenger

4 Phyrexian Obliterator

4 Gray Merchant of Asphodel

 

4 Phyrexian Arena

3 Thoughtseize

3 Inquisition of Kozilek

4 Liliana of the Veil

3 Smother

1 Bile Blight

1 Go for the Throat

2 Dismember

4 Bitterblossom

 

Sideboard:

1 Crucible of Worlds

3 Extirpate

1 Curse of Death’s Hold

2 Ratchet Bomb

2 Geth’s Verdict

1 Thoughtseize

2 Nihil Spellbomb

2 Black Sun’s Zenith

1 Batterskull

 

Até à próxima!

 

Thierry Bravo