
#MTG Stories - Parte 2

André Mateus joga desde 2003 e teve a oportunidade de combinar a paixão de fazer decks com a paixão de escrever. Os seus decks e a sua escrita chamaram a atenção de sites como o da Wizards, Starcitygames. com e Mana Deprived. Agora podem ler mais sobre ele aqui em Mana Ramp e ver as suas rubricas mensais como Modern Masters e Um Pequeno T2.

< artigo anterior
< artigo anterior
Inspirado por um texto de William “Huey” Jensen e pelo hashtag #mtgstories, foi publicado na semana passada o primeiro de dois artigos, onde eu relato as histórias e episódios mais caricatos que vivi ou testemunhei graças a este jogo, e que concluo hoje. Bem-vindos à segunda parte das minhas #MTG Stories!
- “Cartas na mão?”
O ano é 2009. A última ronda do Last Chance Qualifier para os Nacionais (quem é que ainda se lembra dos Nacionais?) num quartel dos Bombeiros Voluntários (de Loures, se não me engano) está a ser afixada e o Nuno Taborda (quem é que ainda se lembra do Taborda?) consulta-a atentamente. Estando 6-1, um empate bastaria para o colocar no Top 8 e nos nacionais mas, infelizmente, o destino revela-se cruel e ele calha contra um jogador 5-1-1, sendo forçado a ganhar para assegurar um lugar nos últimos oito. A arma do Taborda? Doran, evidentemente enquanto que a escolha do seu adversário recaiu sobre 5-Color-Control.
O Taborda faz mulligan a 6 no primeiro jogo e tem um arranque lento, incapaz de lidar com várias cópias de Lightning Bolt, Cryptic Command e Hallowed Burial, mas o adversário continuava a comprar apenas respostas e nada de ameaças. Após uma maratona com mais de 30 minutos de duração, o Taborda acaba por conceder para um Nucklavee a devolver uma das duas cópias de Cruel Ultimatum e um Cryptic Command para a mão.
Com cerca de 12 minutos no relógio, o Taborda abre a mão para o segundo jogo e é forçado a mulligar mais uma vez. O adversário acompanhoa-o. Com menos de 10 minutos no relógio, o Taborda fica com uma mão de dois terrenos, Noble Hierarch, Doran e 2 Wilt-Leaf Liege. Joga land, Hierarch e passa. Resolve Doran ao segundo turno. Hallowed Burial lida com a board ao quinto turno. Ao sexto turno, ainda presa a duas lands, tenta resolver um Qasali Pridemage, que é anulado por um Broken Ambitions a revelar land no topo do Taborda e Cruel Ultimatum no topo do adversário. O sonho de chegar ao nacional parecia terminar aqui.
O oponente baixa a sétima land, uma Reflecting Pool, e pergunta: “Cartas na mão?”, ao qual o Taborda responde “Três!”…o oponente sorri e vira-se para jogar o Ultimato. O Taborda, visivelmente excitado, coloca três Wilt-Leaf Lieges em jogo e estende a mão ao oponente. 21 de dano chegou para o empate e o empate chegou para ir aos Nacionais.
- “Esses Dudes!”
O ano é 2011. Sandro Mendes (o “bad boi” do MTG português) está 1-1 no PTQ Nagoya, em Coimbra, e a jogar a terceira ronda. O formato é Extended, nesta altura de Lorwyn a Mirrodin Besieged, e o Sandro optou por uma versão “techada” de UW Stoneblade, que enfrenta Steel Artifact, um deck de Esper agressivo, à base de artefactos, cheio de pumps baratos como Steel Overseer, Tempered Steel e Master of Etherium. É o último jogo a decorrer em toda a sala e um árbitro desloca-se prontamente para a mesa, puxando uma cadeira, para vigiar a partida.
O Sandro está 5 de vida, com uma mão cheia de lands, uma Celestial Colonnade prestes a poder ser activada e um Mirran Crusader, do outro lado está um Steel Overseer com um contador e uma mão vazia por parte do oponente. O Sandro passa e o adversário vira o Overseer para lhe colocar mais um marcador. Compra. Ataca com o Overseer 3/3 deixando-o a 2 de vida e joga um segundo Steel Overseer. O Sandro começa a ver a vida a andar para trás. Compra e encontra um Runed Halo a olhar para si. Sem hesitar um segunda, vira duas lands, joga o encantamento e proclama “Runed Halo a…esses dudes!”
Risos inundam a mesa, o árbitro limita-se a acenar e o jogo prossegue. Claro que o oponente compra o terceiro Steel Overseer, depois o quarto e ainda algumas lands, permitindo ao Sandro ganhar com a Colonnade, já em turnos!
- “Faço o ultimate, ok?”
O ano é 2012. Modern tinha acabado de ser anunciado como formato e estávamos todos desejosos de experimentar as nossas brews num torneio. Esse torneio foi um pertencente a uma das ligas de Modern da White Dragon, em Linda-a-Velha. O David “Cocas” Fernandes decidiu construir um 4-Color Control com Cruel Ultimatum, múltiplos burn spells e manlands e ainda alguns planeswalkers como Ajani Vengeant a servir de kill conditions. Após ganhar a primeira ronda, calhou contra UR Storm, na altura ainda com Seething Song.
Storm tomou o primeiro jogo facilmente e o Cocas, após colocar várias cartas de sideboard, ganhou o segundo. O terceiro começa um mulligan por parte do jogador de Storm, mas com um Leyline of Sanctity na mesa.
O jogo arrasta-se. O jogador de Storm tenta combar mas fizzla. Tenta uma segunda vez, mas o Cocas tem um counterspell para o último ritual e ele volta a fizzlar. O Cocas, finalmente, compra uma carta proactiva, um Ajani. Joga-o, impede uma land de desvirar e passa. Um turno depois compra um Teferi, Mage of Zhelfir e joga-o no final do turno do adversário. O jogo parece estar sob controle quando o jogador de Storm tenta combar outra vez. O Cocas deixa dois rituais resolverem, à espera de Past in Flames ou Seething Song, mas desta vez o adversário tem Empty the Warrens e não Grapeshot, acabando por fazer 6 tokens e passar.
Sem problemas! O Teferi consegue bloquear e o Ajani já tem contadores suficientes para o ultimate. “Faço o ultimate, ok?”, pergunta o Cocas, e o jogador acena positivamente, para depois apontar para o Leyline, na mesa desde o primeiro turno. O Ultimate do Ajani destrói todos os terrenos do jogador alvo mas, com um Leyline na mesa, o jogador não pode ser alvo de mágicas ou habilidades, pelo que é um alvo inválido. Não sabendo disto, os jogadores decidiram que, uma vez que o ultimate já tinha sido declarado, os terrenos destruídos seriam os do Cocas. Este flutua toda a sua mana e joga dois Esper Charms, que acabam por lhe comprar a única Mindbreak Trap no deck, permitindo-lhe anular a última tentativa do combo do adversário e, após alguns chump blocks com tokens de Goblin pelo oponente, ganhar o jogo com o Teferi, sem terrenos na mesa!
Espero que tenham gostado desta viagem até às minhas MTG Stories e, mais uma vez, se tiverem algumas que gostassem de partilhar ou se foram testemunhas dalguma destas histórias, estejam à vontade para se manifestarem nos comentários.
Obrigado por lerem,
André Mateus.
Todo o conteúdo original tem © 2014 Manaramp.wix.com e não pode ser usado ou reproduzido sem consentimento prévio. Wizards of the Coast, Magic: The Gathering, e os seus respectivos logos e marcas são propriedade da Wizards of the Coast LLC. © 2012 Wizards. Todos os direitos reservados. O site manaramp.wix.com não está de forma alguma associada à Wizards of the Coast LLC. Nenhum animal foi ferido durante a produção deste site.
|
|